segunda-feira, 7 de junho de 2010

Aquele bilhete na garrafa


Em todas as minhas férias, costumava andar na praia de manhã cedo. Sozinha ou acompanhada, não importava, quando davam 7 horas eu já estava lá. Andava sem saber pra onde estava indo ou que horas já eram. Ficava perdida completamente no tempo, só o que importava era o céu e o mar. Viajava nos pensamentos. Me sentia livre, e tinha na cabeça a idéia de poder voar.

Certa manhã resolvi mudar um pouco os planos. Andei alguns metros, e sentei na areia. Fiquei ali, parada, observando o vai e vem das ondas. Fiquei mais perdida ainda nos meus pensamentos. Mas alguma coisa me acordou, um movimento meio diferente me chamou atenção. Era algo na água e estava chegando mais perto da praia.

Minha curiosidade foi tão grande que não deu pra evitar. Caminhei até a água, e só assim pude perceber que era uma garrafa de vidro. Mas não era dessas garrafas normais de bebida que algum bêbado tinha deixado por ali. Além de ter um design diferente, meio medieval ou alguma coisa parecida, existia um papel dentro. Mesmo com dificuldade para abrir-la, consegui tirar o pequeno bilhete que estava ali.

Minha vida se resume ao que eu passei com você. Nada mais faz sentido se não a tiver ao meu lado. Estou entrando em desespero, não sei mais como te encontrar. Você sumiu assim, e nem me deixou escolha. Já pedi para todos os santos, já fiz todo tipo de promessa que alguém poderia fazer, e nada me trás você de volta. Eu nunca vou desistir de encontrar você, meu amor. Estou agora apelando ao mar. Pois foi ele quem levou você de mim, espero que ele a traga de volta. Não importa quanto tempo demore, mesmo que leve a vida inteira, eu estarei aqui, nesse mesmo lugar, esperando por você. Eu te amo muito. T.”

Terminei de ler o bilhete sem saber o que pensar e também o que fazer. Ao perceber que lágrimas já estavam invadindo meus olhos, levantei. Com a garrafa na mão fui tentar entender o que tinha acontecido. Queria descobrir quem era esse “T” que tinha sido abandonado pelo seu amor, e também queria arrumar uma maneira de tentar ajudar.

Mas logo percebi que nada poderia fazer, aquela pequena carta tinha sido colocada ali dentro e jogada ao mar no ano de 1988. Talvez os dois tivessem se encontrado novamente, ou então talvez nunca mais se encontrem.

Fui pra casa e tentei esquecer tudo o que tinha acontecido comigo nessa manhã. E mesmo que eu fizesse de tudo para evitar aquele assunto, sempre, antes de dormir aquelas palavras apaixonadas e tristes vinham a minha cabeça...

Pauta para o Bloínquês

Edição Conto/História

11 comentários:

  1. Oi gatinha, vim agradecer a visita e o comentário no Remember The Sunshine, eu sou fã da Meg sim, ela é completamente Diva. Belo blog, volto sempre.

    xoxo

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  2. Essas gafarras, acho lindo isso, alguém sempre deve encontrá-las não é?
    Um beijo
    belo texto
    Ju

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  3. Que coisa Linda flor!!

    me emocionou!!!

    Adorei, boa semana se cuida!!!

    beijos

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  4. Nossa, muito bom, adorei msm... espero que "T" e seu amor tenham se reencontrado...

    PS: A carta foi escrita no ano q eu nasci *.*

    Bjs...

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  5. Nossa que post mais lindo mandy !
    Achei muuito emocionante *-*
    Beijos :*

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  6. Desejo que eles tenham se encontrado. Amar pela metade dói demais. Boa sorte, querida!

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  7. Só o fato de viver um amor assim já vale a pena !
    Obrigada pela visita.
    Beijocas !

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  8. Que lindo!!
    Ai o amor de antigamente mesmo meio machista sempre foi mais bonito do que o que vemos agora!!

    bjs

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  9. Puts... perdi, perdi, perdi... seu texto tá mto bom.
    Adorei... Sempre gostei de bilhetes em garrafas.
    Acho tão gamante!

    Beijão, Mandy.

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