Ultima conversa? Talvez.

- Mas com a gente, era viver pelo outro, era viver uma conquista todo dia. Era fazer brincadeiras de apaixonados, era suspirar de paixão só por saber que aquela pessoa é só sua. É tudo isso e mais um tico. 

- Preciso ir. Adeus.

- Adeus Rainha, não some ta? - ele disse com lágrima nos olhos.

" Desculpa, não sei se consigo ficar próximo de você ainda. Passamos por tanta coisa que eu tenho medo do que poderia acontecer agora Príncipe. Tenho medo de lembrar mais do que já lembrei nessa simples conversa. Tenho medo de querer largar tudo e ir atras de você. E tentar viver aquele conto de fadas. Tenho medo de magoar pessoas que são importantes pra mim. Ouvir você dizer que sente minha falta, que precisava voltar no tempo e lembrar de tudo o que passamos, e que precisava chorar... Isso foi demais pra mim. Não entendo porque não veio antes, não entendo porque teve medo de ser feliz ao meu lado. Eu simplesmente não consigo mais entender. Tava confusa e você me deixou mais ainda. Claro que eu ainda sinto tua falta. Sinto falta das nossas madrugadas falando no telefone. Sinto falta das brincadeiras e até das suas crises de ciúme por alguém chegar perto de mim. Mas eu tenho medo de voltar tudo de novo. E o pior, mais forte ainda dessa vez. Somos adultos agora, temos responsabilidades, deveres. Tenho medo do que pode voltar a acontecer." 

Saiu antes que pudesse falar tudo isso pra ele. A verdade é que ela tinha muito medo de não conseguir viver mais uma vez aquele conto de fadas, aquele sonho que um dia ela acreditou que existisse de verdade. Mas era somente sonho. 

Ela ficou dias pensando naquelas palavras trocadas. Sentia falta daquele sonho, mas tinha medo de deixar a realidade que a deixava feliz pra viajar pra um mundo que poderia não existir e ser só um desenho de vida perfeita. 

"Desculpa por isso, mas eu preciso ficar longe de você. Não se culpe pelo que não aconteceu. A culpa não é sua, nem minha, foi o tempo que decidiu assim. Seja feliz!" - ela deixou rabiscado em um pedaço de papel por debaixo da porta e foi embora. Pra sempre, talvez.